domingo, 22 de agosto de 2010

O mal do século

Vídeo recebido de Domitila / Trilha sonora: Don’t worry, be happy!

Hoje, me dirijo a você, leitor de ‘Minha Vida, Meu Caminho’, apresentando-me como mãe de Lilih, autora deste blog, onde ela tem tratado de forma simples alguns temas que lhe agradam e isto tem sido uma ótima terapia para ela.

Já são quatro meses que, juntas, discutimos a pauta da semana, pesquisamos imagens, montamos slides, tiramos fotos, ouvimos videoclipes. Enfim, uma série de providências necessárias para editar e fazer a postagem. Lilih tem ficado muito satisfeita com o resultado final, porque a participação dela é bastante ativa e tem consciência de que assumiu um compromisso, não só com ela mesma, mas com os vários visitantes que a prestigiam e deixam seus comentários.

Nesse período, tenho observado que algumas pessoas se surpreenderam pela coragem dela ter criado um espaço público, onde trata do mal que a acomete: o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). E é exatamente essa iniciativa que fez com que ela começasse a falar sobre o assunto com mais naturalidade, aceitando a realidade dos fatos, estando atenta às mudanças de humor e tomando a medicação prescrita pelo médico com regularidade.

Foto da Internet para ilustrar o Transtorno Bipolar

O paradigma de que toda pessoa com algum transtorno mental deve ser afastada do convívio social, é coisa do passado e pensamento dos menos esclarecidos. Tanto, que foram criados os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) como uma forma de dar assistência àqueles que sofrem de distúrbio psíquico leve e que estão, momentaneamente, impossibilitados de fazer suas atividades. Para os pacientes, um meio de não perderem o contato social; para os familiares, uma alternativa para não os deixarem sozinhos ou isolados nessa fase - o que seria muito pior.

Houve época em que eu me senti totalmente perdida e sozinha, sem apoio e compreensão dos que conviviam no dia-a-dia com Lilih, pois os diagnósticos eram nada esclarecedores e existia pouquíssima literatura a respeito, a não ser em termos médicos, de difícil acesso. O preconceito e a falta de conhecimento sobre a doença em nada contribuíram para aceitar e entender o porquê da oscilação constante de humor.

Hoje, graças à sensatez de pessoas que conviveram ou sofrem com algum tipo de distúrbio mental, lançaram livros, criaram e disponibilizaram sites na internet, proporcionando àqueles que convivem com os portadores de transtorno de humor um melhor entendimento sobre o assunto, dando orientações para ajudar no tratamento adequado e sugestões no trato para com eles.

"É importante que as pessoas tenham algum conhecimento sobre a doença e como a mesma se estabelece na comunidade social ou familiar, e o que fazer para evitar suas conseqüências. O impacto social da depressão é tão grave que reduz a produtividade no trabalho e na saúde ocupacional. O resultado vai além, e muito, das faltas ao trabalho. (...) É importante também reconhecer que ainda não sabemos quase nada sobre a depressão. Devemos estar aptos para as novas revelações que estão por vir. Quem viver verá."
(Dr. Paulo Roberto Silveira, psiquiatra)
Yolanda, minha mãe, presenteou-me com o texto que você acabou de ler. Agradeço muito a ela pela compreensão, carinho, atenção e amor que tenho recebido.